Falar em público, como
agir em uma dinâmica de grupo, como se portar em uma entrevista, de que maneira
se preparar para um processo seletivo... Essas são algumas das inúmeras questões
que assombram um candidato a uma vaga de
estagiário ou treinee. Hoje, no cantinho da EJ, os assessores da Diretoria de Recursos Humanos Guilherme Izeppe e Giovanna Moreth, trouxeram alguns depoimentos de
profissionais que passaram por essas situações e tem algumas dicas que podem
ajudar a acabar com esses fantasmas!
1-
“Converse sobre a empresa”. Este é o
conselho da Tatiana Ribeiro, trainee da Natura, de 24 anos. Formada em
engenharia de produção pela Federal de São Carlos, concorreu com mais de 15 mil
candidatos de diversos países. “Eu descobri que a questão de pesquisar muito, e
não apenas no site da empresa, é muito importante. Buscar pessoas que já saíram
da empresa e que podem te dar uma visão realista de como é trabalhar ali faz
toda a diferença na escolha. Outra dica importante: aproveite as entrevistas
com os gestores porque eles conseguem falar exatamente o que esperam de você
para que você entre com uma expectativa real”;
2-
“Mapeie suas experiências”, aconselha o estagiário da Promon
Henrique de Albuquerque, de 23 anos, estudante de engenharia civil da Federal
de São Carlos. “Durante o processo, eu descobri que você precisa ter mapeado na
sua cabeça todas as suas experiências de vida e como elas agregaram na
construção do que você é hoje. Fui pego de surpresa em um das entrevistas
porque eu não me lembrava de situações em que eu aprimorei minha habilidade de
trabalhar em equipe, por exemplo. Eu tinha muitas experiências, mas eu nunca
tinha feito uma autoanalise de onde encaixá-las nas minhas competências. Minha
dica é: coloquem no papel todas as experiências marcantes que teve na vida e o
que elas representaram em termos de aprendizado”.
3-
“Você pode errar!”. Foi isso que
observou João Lee, de 25 anos, o ex-trainee da Nova Pontocom. Formado em
Comunicação Social pela ESPM, hoje ele ocupa o cargo de coordenador de web
analytics na empresa e dá uma boa dica: “Você pode falhar. O processo de
trainee não é a única porta de entrada para a empresa. Se é a empresa dos seus
sonhos, não desista. Esta empresa pode ser para você, mas talvez você não se
encaixe no perfil daquela vaga de trainee especificamente. Vejo muita gente que
trabalha aqui e não passou como trainee, mas entrou por outras formas. Os
executivos da empresa ficam de olho nos profissionais durante o processo,
talvez não para aquela vaga, mas para outra. A seleção é uma janela de
exposição”.
4-
“Egoísmo inteligente”. Este é o
conceito que o engenheiro de produção Vitor Boscá, de 25 anos, hoje trainee da
Andrade Gutierrez, diz ter descoberto durante a dinâmica para a seleção na
empresa. “Éramos 40 pessoas muito diferentes disputando as mesmas vagas, e eu
consegui utilizar um egoísmo inteligente: unir todas as pessoas por um único
objetivo e conseguir conciliar as ideias e fazer o grupo todo rumar numa mesma
direção e ter sucesso. Em uma das dinâmicas, eu estava divergente de todo o
grupo, eu não consegui convencer eles por incompetência minha e pensei: ‘Tenho
que usar isso a meu favor’. E fui o que mais defendeu a tese do grupo.
Obviamente foi para o meu bem. Para que as pessoas vissem meu potencial de
flexibilidade”.
5-
“Conduza para que todos falem”, orienta o
trainee da Andrade Gutierrez Pedro Andrade, de 24 anos, formado em engenharia
civil pela Universidade Estadual de Alagoas. Durante a dinâmica, ele observou
que todos tinham a ansiedade de falar primeiro, falar mais, se impor e mostrar
liderança. Mas foi outra estratégia que funcionou para ele. “O que eu aprendi
lá é que o melhor líder não era o que saia na frente, mas, sim, o que conseguia
fazer com que todos falassem, ser um organizador do seu grupo. Desta forma, eu
conseguia tirar o melhor da ideia de cada pessoa. E eu vi que funcionou”, conta
ele. Outra dica importante do trainee é: “Não sucumbir à pressão. Eles fazem
questionamentos de forma muito firme e eu achei que tínhamos ido muito mal, mas
fazia parte da dinâmica. No fundo eles só queriam ver como agiríamos sob
pressão”.
6-
“A oportunidade mora no risco”, diz o
engenheiro agrônomo Abdalah Neto, de 27 anos. Ex-trainee da Bayer, hoje ele
ocupa o cargo de gerente de operações do Brasil na empresa e diz que aprendeu
no processo de seleção. “Quando me ligaram, a primeira coisa que me perguntaram
foi: ‘Você precisa de ajuda para vir pra cá?’, e eu achei que estavam testando
se eu estava preparado para ousar, assumir o risco. Acredite nos seus
instintos. Ali não era hora de pensar duas vezes ou de tentar recuar, negociar.
Por isso eu respondi em prontidão. Eu disse que eu estaria lá no dia seguinte
mesmo tendo que viajar 1000 quilômetros. E tenho certeza que isso contou para a
minha avaliação”.
7-
“Agregar diferentes pessoas”. Foi isso que
aprendeu a estagiária da Eaton, Karen Narita, de 21 anos, estudante de
Administração de Empresas da Facamp. “Só nas dinâmicas eu pude viver a
experiência de efetivamente trabalhar em equipe. Até então, na faculdade,
fazemos diversos trabalhos em grupo, mas nós escolhemos as pessoas com quem
vamos nos agrupar e, na maioria das vezes, são as que mais nos afeiçoamos. Nos
processos de seleção, você se agrupa com pessoas bem diferentes de você e que
você não conhece. Te dá uma visão mais corporativa do trabalho em equipe porque
na empresa você não escolhe com quem vai trabalhar”.
8-
“A técnica é o que menos importa”. Foi isso que
aprendeu o gerente da Ernst & Young, Leonardo Brandão, de 30 anos, formado
em Direito no Mackenzie e conta que se surpreendeu, pois ninguém – nem na
dinâmica, nem na entrevista – avaliou seus conhecimentos técnicos. “Eu achei
que seria questionado por questões mais técnicas e sobre meu currículo, mas, no
fundo, o que eles realmente queriam saber era como eu lido com situações
adversas, com coisas que não estão no meu controle. Pelo que percebi a
expectativa da firma não é que o candidato chegue 100% preparado tecnicamente, mas
sim que ele chegue 100% entusiasmado e com vontade de aprender”.
9-
“Flexibilidade conta pontos”, diz o
trainee da Oxiteno, Vinicius de Souza Araújo, de 25 anos, formado em Engenharia
Química pela Universidade Federal da Bahia. Ele descobriu o quanto os avaliadores
prezam pela flexibilidade, e o quanto ele aplicaria isso em seu dia a dia.
“Hoje em dia nada é branco no preto, não existe apenas uma resposta, mas sim,
diferentes formas de ver o mesmo problema. Participando da dinâmica, eu vi quão
importante é ouvir os outros e chegar a um consenso sobre uma ideia. E como
juntar todas as ideias sem ser flexível? Eu trouxe isso para meu trabalho.
Temos um grupo enxuto então o tempo inteiro trabalhamos em equipe, um ajudando
o outro, agregando ideias”.
10-
“Não se compare!”, diz Rafael
Gonçalves, de 23 anos, que foi estagiário da Sanofi. “Cheguei para a entrevista
coletiva com mais duas concorrentes. Durante a conversa, vi que o perfil delas
era muito mais avançado que o meu, já que eu ainda estava no primeiro ano da
faculdade. E fiquei um pouco pessimista. Quando a entrevistadora abriu para
perguntas, apenas eu perguntei. Fiz perguntas sobre o posicionamento da Sanofi
e sobre o que esperavam de mim. Ela, então, viu em mim um diferencial, por eu
ser mais questionador e ter demonstrado mais interesse na empresa. Eu fui
escolhido. Então, não vale a pena se comparar. É uma questão de perfil”.
Na semana que vem, será a vez da Diretoria de Projetos no Cantinho da EJ.
Até lá!